Vamos falar sobre organizações inovadoras. Muitas inovações tecnológicas tem sido discutidas pelo time da ProJuris, mas a inovação precisa ser levada a todos níveis hierárquicos, setores de um escritório de advocacia e parcerias estratégicas – como consultorias e fornecedores. Inclusive, em inovações tecnológicas como softwares de gestão.
Em 2011, realizei uma pesquisa científica sobre inovação, com a ótica das Relações Públicas.
Eu investiguei a seguinte questão: “será que não conseguimos usar técnicas e ferramentas de comunicação para fomentar a inovação dentro de corporações?”.
Na época, eu estudei o caso de um tabelionato de notas e protestos, uma organização do ramo do Direito.
E uma das boas bibliografias que usei foi o livro Gestão da Inovação, de Tidd, Bessant e Pavitt.
Eles escreveram um capítulo somente para tratar das dez características de organizações inovadoras. Recuperei minhas anotações, e escrevi um breve resumo de cada um dos dez itens.
As 10 características de organizações inovadoras
1. Visão compartilhada, liderança e desejo de inovar:
Geralmente a inovação tem a ver com mudança e aprendizagem e, em geral, rompe padrões pré-estabelecidos, é cara e envolve riscos.
Sem o apoio e envolvimento do alto escalão da organização, as ideias provavelmente não aparecem e, se surgem, acabam não sendo testadas, implementadas e avaliadas.
2. Estrutura organizacional adequada:
Empresas com modelos flexíveis e hierarquias horizontais têm mostrado que estão mais propensas a inovar, já que o processo de tomada de decisões tende a ser menos engessado e acaba por fomentar interação e criação de vínculos maiores entre as pessoas.
3. Indivíduos-chave:
São os líderes ou campeões de projetos de inovação, que assumem a figura de facilitadores e interlocutores do processo de inovação e têm a responsabilidade de defender a causa e levar entusiasmo por meio de todo sistema organizacional.
4. Treinamento e desenvolvimento contínuo:
O desenvolvimento permanente de conhecimentos e habilidades da equipe é fundamental para permitir que essa esteja preparada para agir no momento em que surge uma oportunidade de inovar.
5. Inovação com alto envolvimento:
Enquanto a inovação ficar limitada a um departamento ou às especialistas em Pesquisa & Desenvolvimento, a capacidade criativa também fica limitada.
Embora cada indivíduo seja capaz de desenvolver e pensar em inovações relacionadas aos processos em que está envolvido; a soma desses esforços pode trazer impactos profundos.
6. Trabalho de equipe eficaz:
Experiências indicam que grupos têm mais a oferecer do que indivíduos em termos de fluência de geração de ideias e de flexibilidade de desenvolvimento de soluções.
Além disso, a combinação de pessoas com conhecimentos multifuncionais tem contribuído bastante para melhorias de maior qualidade e impacto.
7. Atmosfera criativa:
Estruturas organizacionais são os artefatos visíveis do que pode ser denominado de cultura inovadora, aquela em que a inovação pode prosperar.
Sua construção envolve políticas de comunicação e procedimentos, sistemas de recompensa e reconhecimento, políticas de treinamento, sistemas contábeis e de mensuração e desdobramento de estratégias.
8. Foco externo:
A inovação tem se tornado um processo aberto, envolvendo redes de trabalho externas, que ao agir colaborativamente produzem resultados mais ricos do que somente dentro da organização.
O foco externo vai além da compreensão das necessidades e desejos dos clientes, e age também na construção de relacionamentos com fornecedores, colaboradores, competidores, reguladores e muitos outros personagens.
9. Comunicação extensiva:
Os mecanismos de desenvolvimento para a solução de conflitos e para a melhoria na clareza e frequência da comunicação por meio de diversos canais são fundamentais para o processo de inovação, especialmente porque a resolução de problemas depende da combinação de diferentes conhecimentos que podem estar amplamente distribuídos pela organização.
10. Aprendizagem organizacional:
A inovação é um ciclo de aprendizagem, que envolve um processo de experimentação, prática, reflexão e consolidação.
A gestão desse processo cria condições de aprendizagem contínua, favorecendo o sucesso das inovações futuras.
Qual a realidade do seu escritório? Acha que tem todas ou algumas dessas características presentes no seu ambiente de trabalho? Comente.
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Christian H. Mendes é Reputation Advisor na Oversize Strategic Consultant, consultoria de reputação para marcas e pessoas. Tem mais de 10 anos de atuação em marketing, com foco em reputação e diferenciação no mercado. É formado em Relações Públicas pela Universidade do Vale dos Sinos. Escreve artigos para o ProJuris e para o seu blog, além de ministrar workshops sobre reputação.