Considerando o fato de que estamos em 2022, provavelmente, você já ouviu falar sobre o metaverso. Em 2021, se tornou um dos assuntos mais falados devido ao fato de que Mark Zuckerberg, anunciou não só o grupo meta, mas também os investimentos em realidade virtual. Desde esse anúncio, o metaverso se tornou, de certa forma, comum no dia a dia das pessoas, aumentaram os investimentos em ambiente virtual, viu-se o boom das NFT e abertura de diversas empresas nesse “novo universo”. É nesse sentido, que surge também a advocacia no metaverso.
Junto de todas as novidades que o metaverso trouxe, também surgiu o primeiro escritório de advocacia no universo virtual, o Grungo Colarulo, em Nova Jersey (EUA) foi inaugurado. Não só nos Estados Unidos, mas também no Japão e no Reino Unido, os escritórios de advocacia já começaram a se preparar para uma possível atuação dentro do metaverso.
E no Brasil? Como ficará a advocacia brasileira neste novo cenário? E como os advogados e advogadas devem se preparar para o futuro da advocacia? Continue a leitura que falaremos mais sobre isso.
Mas antes vamos falar um pouco mais sobre a realidade virtual. Confira!
O metaverso, como já explanado anteriormente, é uma realidade virtual. Mas o que afinal, é uma realidade virtual? Como o nome já diz, é um ambiente virtual para onde transpassamos coisas reais. Em resumo, esse mundo é construído no mundo real, mas acontece no virtual.
Apesar da popularidade que já obteve, o metaverso ainda é um conceito/lugar em construção. Ainda assim, o metaverso promete revolucionar toda a vivência humana como conhecemos.
A realidade virtual, da maneira como o metaverso funciona, foi criada em 1922 na obra “Snow Crash”, de Neal Stephenson. É por meio dessa obra, que une realidade e jogo que as primeiras realidades virtuais surgiram, por meio dos jogos Roblox, Minecraft, entre outros.
Aprofunde seu conhecimento, confira o Debate Legal abaixo, sobre os impactos do Metaverso na advocacia:
O funcionamento se assemelha, então, a um jogo, as pessoas no metaverso possuem avatares, ou seja, identidades que lhes correspondem no mundo virtual.
Ou seja, ele funciona como um ambiente virtual 3D, onde, ao invés de assistir o que está acontecendo na tela, você estará vivendo nela, por meio de seu avatar. Neste, é possível ir a shows, festas, fazer mercado, ter uma casa e claro, trabalhar.
E é nesse sentido que essa realidade virtual influencia no mercado de trabalho e claro, como ficará a advocacia no metaverso. Vejamos mais a seguir.
Nas empresas brasileiras, de maneira geral, espera-se que o metaverso tenha bastante adesão, uma vez que o Brasil é um dos países mais conectados do mundo. Logo, no mundo jurídico não seria diferente.
Como já citamos, o escritório Grungo Colarulo, em Nova Jersey (EUA), criou uma sede no metaverso para fazer atendimento no mundo virtual a seus clientes. No entanto, apesar de se considerarem o primeiro escritório de advocacia a criar uma sede em realidade virtual, existem estudiosos que apontam escritórios que já haviam criado sedes no ambiente, sendo eles um no Canadá e um no Reino Unido.
Apesar disso, existem indícios de que possam já existirem outros escritórios não divulgados antes.
Ademais, a pandemia mostrou grande adesão de órgãos e da sociedade para as vivências digitais, por exemplo, as audiências online e a mudança, no Brasil, para o aceite apenas de processos eletrônicos nos tribunais.
Logo, a advocacia no metaverso é uma realidade cada dia mais próxima. Por essa razão, a seguir veremos os desafios da área e como os advogados e advogadas devem se preparar.
Com o metaverso, novos desafios surgem para o mercado jurídico, afinal, estaremos vivendo um novo momento social. Logo, existirão novos desafios para a advocacia no metaverso, tanto para a criação de novos regramentos, como para a atuação nele. Vejamos.
Falando em atuação jurídica, hoje, a quantidade de dados que tratamos é imensa. No metaverso, os dados considerados sensíveis serão ainda maiores. Isso porque, os avatares que nos representarão no mundo virtual irão contar com emoções e expressões que serão, por óbvio, nossos dados também.
Assim, a advocacia no metaverso terá como desafio tanto lidar com essas emoções nessas redes, em seus atendimentos a clientes. Quanto do ponto de vista de criação de um regramento para o mundo virtual que seja nesse sentido.
Um tópico que trouxemos por aqui recentemente foi a questão da NFT, ou tokens não fungíveis. A princípio, estima-se que esses tokes facilitem e protejam ainda mais a propriedade intelectual.
Apesar disso, um questionamento que irá permear a advocacia no metaverso é a questão dos avatares e criações dentro do universo virtual. A quem as criações irão pertencer?
Um dos objetivos do metaverso é facilitar para que contratos sejam firmados. No entanto, como será a validade desses contratos? A princípio, provavelmente muitos erros ainda vão acontecer e a advocacia no metaverso será a atividade responsável por lidar com esses primeiros passos.
Além disso tudo, áreas que ainda são uma incógnita e que provavelmente serão desafios no metaverso serão:
Isto posto, é possível entender que as possibilidades da advocacia no metaverso são diversas. Com o aumento do uso de realidades virtuais, surgirão novas áreas de atuação e um novo modo vida surge. Logo, as regras de convívio tendem a ser adadptadas.
Algumas das profissões do futuro, citadas, por exemplo, por Richard Susskind são essas:
Confira mais sobre o futuro da advocacia no artigo “O futuro do mundo jurídico segundo Richard Susskind”.
Para se preparar para adentrar o mundo da tecnologia, e posteriormente, começar a advocacia no metaverso, o primeiro passo, é claro, é investir na automação do escritório de advocacia.
Quem não utiliza as tecnologias que possuímos hoje, dificilmente vai saber lidar com um mundo virtual. Assim, o processo de educação tecnológica nos advogados e advogadas tem que começar quanto antes.
Para isso, investir em softwares jurídicos, softwares de gerenciamento de clientes, peticionamento eletrônico, jurisprudência, etc., é essencial. Além disso, utilizar as redes sociais para a divulgação também é indispensável atualmente.
Alguns escritórios de advocacia que já se aventuram no metaverso, o utilizam, primordialmente, para o marketing jurídico. Mas alguém que não faz marketing jurídico no Instagram, saberá fazer nesse novo mundo?
Por fim, lembre-se que, não é porque sua advocacia sempre foi de uma maneira, que ela não possa mudar. O mundo está mudando e a advocacia também. Prepare-se para chegar bem no futuro desta linda profissão.
Apesar de os olhares estarem todos voltados para uma possível vida virtual, a advocacia no metaverso no Brasil ainda enfrenta algumas barreiras. Para alguns juristas, escritórios de advocacia brasileiros ainda não são permitidos por lei para existirem no metaverso.
Apesar disso, a legislação não impede que o advogado tenha uma presença no mundo virtual.
Ainda assim, especialistas em Direito Digital acreditam que ainda está longe para dizer se a advocacia brasileira enfrentará barreiras para adentrar no universo virtual.