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Décimo Terceiro Salário: o que você precisa saber

O décimo terceiro salário é mais do que um simples benefício trabalhista: ele movimenta a economia, ajuda a fechar o ano com tranquilidade financeira e garante direitos importantes aos trabalhadores formais

Criado para reconhecer o esforço de quem trabalha com carteira assinada, ele também estimula o comércio, o turismo e outros setores ao garantir um aumento significativo no poder de compra no fim do ano.

Mas como funciona o pagamento desse benefício prática? Quem tem direito e quais são as consequências para as empresas que não cumprem a lei? Neste artigo, vamos esclarecer tudo isso para você.

O que é o Décimo Terceiro Salário?

O décimo terceiro salário é um benefício anual obrigatório para trabalhadores formais. Previsto pela Lei nº 4.090/1962 e regulamentado pela Lei nº 4.749/1965, ele garante um salário extra no fim do ano. O pagamento ocorre em duas parcelas e é calculado proporcionalmente ao tempo de serviço.

Mas quem tem direito? Todos os trabalhadores com carteira assinada: empregados domésticos, rurais, urbanos e avulsos. Aposentados e pensionistas do INSS também recebem o benefício, conforme o calendário oficial do instituto.

Já os estagiários ficam de fora. Como o contrato de estágio é regido pela Lei nº 11.788/2008, ele não segue as regras da CLT e, portanto, não dá direito ao décimo terceiro.

Esse benefício valoriza o trabalho e ajuda a fechar o ano com mais segurança financeira. Para muitas pessoas, é o apoio necessário para equilibrar as contas ou realizar planos importantes.

Como funciona o pagamento do Décimo Terceiro Salário?

A lei exige que as empresas paguem o décimo terceiro salário em duas parcelas. Isso facilita o planejamento financeiro tanto para as empresas quanto para os trabalhadores. Veja como funciona:

  • Primeira parcela: deve ser paga entre 1º de fevereiro e 30 de novembro. Ela corresponde a 50% do valor do décimo terceiro, sem qualquer desconto de tributos.
  • Segunda parcela: deve ser paga até 20 de dezembro. Nessa etapa, o valor restante é pago, mas já com os descontos obrigatórios, como INSS e Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando aplicáveis.

Essa divisão garante que o trabalhador receba parte do benefício antes do fim do ano. Assim, é possível organizar as finanças com antecedência e se preparar para as despesas típicas da época.

Como calcular o valor do Décimo Terceiro Salário?

O cálculo do décimo terceiro salário leva em conta o salário bruto e o tempo de serviço prestado pelo trabalhador. A regra é simples: para cada mês completo trabalhado (considerando o mínimo de 15 dias), o trabalhador tem direito a 1/12 do salário mensal.

Quem trabalhou o ano todo recebe o valor integral de um salário. Quem trabalhou menos tempo, recebe proporcionalmente ao tempo trabalhado.

E se o salário varia? A lei também prevê situações em que o salário não é fixo. Isso inclui comissões, horas extras e adicionais de insalubridade ou periculosidade. Nesses casos, o décimo terceiro é calculado com base na média dos rendimentos variáveis ​​ao longo do ano. Isso pode aumentar consideravelmente o valor final recebido.

Com esse cálculo, o benefício reflete não apenas o tempo de trabalho, mas também os ganhos acumulados ao longo do ano.

Quais descontos se aplicam ao Décimo Terceiro Salário?

Os descontos obrigatórios são realizados apenas na segunda parcela do décimo terceiro. São eles:

  • INSS: o desconto segue a tabela progressiva do INSS, com alíquotas que variam de 7,5% a 14%, dependendo do valor total recebido.
  • IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte): aplicado apenas se o valor do décimo terceiro ultrapassar o limite de isenção. O cálculo também segue a tabela progressiva do Imposto de Renda.

A retenção obrigatória desses valores acontece para que a empresa esteja em conformidade com todas as obrigações fiscais. Para o trabalhador, ter conhecimento sobre esses valores com clareza ajuda a planejar melhor o orçamento, já que o total recebido será apenas o valor líquido, após os abatimentos.

Consequências para empresas que não cumprem a Lei do Décimo Terceiro Salário

Deixar de pagar o décimo terceiro salário ou atrasar o seu pagamento pode trazer graves consequências legais, financeiras e de reputação para as empresas. Além de prejudicar os colaboradores, o descumprimento dessa obrigação pode gerar multas, ações judiciais e problemas fiscais. Entender as implicações é fundamental para evitar penalidades e manter a regularidade da empresa.

Multas e penalidades legais

A principal penalidade é a multa administrativa, que o Ministério do Trabalho aplica às empresas que não pagam o décimo terceiro salário no prazo. A multa corresponde a 160 UFIRs por empregado e dobra em caso de reincidência. Assim, quanto mais funcionários a empresa deixam de pagar, maior é o prejuízo financeiro.

Quando os trabalhadores não recebem o décimo terceiro, eles podem recorrer à Justiça do Trabalho para garantir o pagamento. Nesse caso, a Justiça pode condenar a empresa a quitar o valor devido com correção monetária e juros de mora. Em situações mais graves, quando o atraso causa impactos significativos ao trabalhador, a Justiça pode determinar o pagamento de indenização por danos morais.

Nas rescisões contratuais, a empresa deve incluir o décimo terceiro proporcional no acerto rescisório. Se não fizer isso, o artigo 477 da CLT obriga a empresa a pagar uma multa adicional equivalente a um salário do trabalhador. Essa penalidade ocorre especialmente quando a empresa não realiza o pagamento rescisório em até 10 dias após o desligamento.

O descumprimento dessa obrigação também gera problemas fiscais e previdenciários. Atrasar o pagamento afeta diretamente o recolhimento de INSS e FGTS, o que provoca autuações fiscais, juros e encargos extras. Além disso, a empresa pode comprometer sua regularidade fiscal, enfrentando dificuldades para emitir a Certidão Negativa de Débitos (CND), participar de licitações públicas ou acessar linhas de crédito.

Impacto organizacional para a empresa

Por fim, há o impacto direto na reputação e no clima organizacional. O atraso no pagamento ou a recorrência de problemas trabalhistas afetam a confiança dos colaboradores e podem prejudicar a produtividade. Além disso, em casos mais sérios, sindicatos ou grupos de funcionários podem organizar ações coletivas, ampliando a exposição pública da empresa e aumentando os custos envolvidos.

Em outras palavras, para as empresas cumprir a Lei do Décimo Terceiro Salário vai muito além de apenas evitar multas e processos. É uma forma de demonstrar respeito aos colaboradores, manter a regularidade fiscal e preservar a saúde financeira e a reputação da empresa.

Conclusão

O décimo terceiro salário tem um impacto significativo na economia. Ao garantir uma renda extra no fim do ano, ele impulsiona o consumo, fortalece o comércio e movimenta setores importantes, como varejo, turismo e serviços. Esse aumento no poder de compra beneficia não apenas os trabalhadores, mas também as empresas e a economia do país.

Para os trabalhadores, o décimo terceiro representa uma segurança financeira adicional, ajudando a cobrir despesas típicas de fim de ano, como férias e contas acumuladas. Além disso, valoriza o esforço do profissional ao longo do ano e reforça a importância do vínculo formal de trabalho. Cumprir a Lei do Décimo Terceiro Salário é essencial para manter a regularidade legal das empresas, evitar sanções e garantir relações trabalhistas saudáveis e equilibradas.