Não é fácil ser jovem advogado num mercado saturado. Concorre-se com profissionais renomados com uma carreira já consolidada na profissão. Com a ausência de networking na advocacia e a falta de experiência. Com o pouco dinheiro e os poucos clientes que demoram a chegar. Isso só para citar alguns exemplos.
Mas, como tudo na vida, um dia é preciso começar. E nesses primeiros passos é importante investir em (pequenas, mas) boas estratégias para popularizar seu nome no mercado e se diferenciar dos demais.
Por isso, esse post apresenta seis dicas – simples, mas extremamente valiosas – que vão lhe ajudar nesses anos mais difíceis da profissão.
1. Tenha uma boa comunicação
Em 1938, o administrador Chester Barnard escreveu o livro As funções do executivo, onde defende que o principal problema das empresas passa pela comunicação. Passados mais de 80 anos, esse continua sendo o principal problema das organizações. E isso ocorre apesar de toda a evolução dos meios de comunicação, que se diversificaram e melhoraram em termos qualitativos ao longo dos anos.
O fato é que a comunicação na advocacia pode se tornar extremamente complexa se o emissor não souber transmitir a mensagem que pretende. Ou, então, se o receptor não estiver disposto a compreendê-la. Esse é, portanto, um alerta precioso para quem é jovem advogado.
É importante lembrar, por exemplo, que o público final, e de maior interesse, é sempre o cliente. E o cliente não conhece a técnica jurídica – justamente por isso, confia seus problemas a um profissional da área. Portanto, quem precisa entender o que você fala não é o juiz, nem o promotor, nem seus colegas de profissão. Não são eles que devem ser impressionados. É o cliente! O jovem advogado precisa lembrar a todo momento que precisa impressionar o cliente.
Então, evite o uso de termos e jargões técnicos que servem apenas para confundi-lo. Além disso, durante o atendimento, certifique-se de que o cliente o compreendeu. Pergunte a ele se está entendendo o processo. Lembre-se que o jurisdiquês não faz bem a ninguém; só para o ego. Mas o ego não paga o salário.
2. Um jovem advogado deve planejar todas as ações
Planejar significa pensar antecipadamente no que irá acontecer e tomar cada decisão com tempo, considerando sempre o maior número de informações possível. Essa orientação é importante para o jovem advogado porque ele tende a ser mais impulsivo nos primeiros anos de carreira.
Especialmente por causa da falta de experiência, o profissional costuma querer mostrar logo a que veio. No entanto, esse tipo de atitude impulsiva resulta, muitas vezes, em erros graves que poderiam ter sido evitados com um pouco mais de cuidado. Com um simples planejamento anterior, por exemplo.
Atitudes simples no dia a dia, portanto, já podem fazer toda a diferença. Desde verificar a agenda diária para não perder compromissos e prazos, por exemplo, até alinhar estratégias para determinado caso.
O ideal é que tudo seja pensado a partir da velha máxima: a pressa é inimiga da perfeição. O bom planejamento na advocacia faz com que o profissional consiga prever o que pode dar errado, por exemplo. E, mesmo que dê, pensar em quais alternativas estarão disponíveis para resolver esse problema. Afinal, tão importante quanto planejar, é acompanhar a execução do que foi planejado e medir os resultados obtidos.
3. Busque uma especialização
Quem se formou em Direito, já sabe: nunca mais irá parar de estudar. Então, se você escolheu esta profissão é porque gosta de ler e estudar. Para quem é jovem advogado, o estudo contínuo é ainda mais imprescindível, especialmente porque dará fim àquela sensação de “não sei nada” que toma conta da maioria dos bacharéis após a formatura. Ela lhe é familiar?
Não basta, portanto, apenas estudar intensamente um único assunto. É preciso estudá-lo em profundidade e buscar cursos livres e eventos para trocar ideias e ampliar a mente com outros pontos de vista. Se for difícil para você estar presente em todos, não se acomode: busque cursos online para ir se atualizando com as novidades da área.
O importante é não ficar parado. Esse aprofundamento não só garantirá a sua especialização na advocacia, como também os consequentes benefícios naturais dessa prática.
4. Saiba determinar o preço do seu serviço
Todo jovem advogado precisa saber valorizar a sua formação. Embora a experiência ainda seja pequena, não há como negar todos os anos de faculdade e aquisição de conhecimento que você acumulou para chegar até esse momento. Então, não desvalorize o seu profissionalismo por achar que a experiência intelectual tem peso menor do que a prática. Todo mundo, um dia, foi inexperiente na profissão – inclusive, o mais renomados advogados.
Portanto, considere tudo isso na hora de calcular seus honorários advocatícios. Além disso, é importante cumprir pelo menos três requisitos:
- calcule o custo necessário para realização de seu serviço;
- considere o quanto você é ou não especialista na área em que atuará;
- Demonstre o valor que o cliente está adquirindo ao contratar seus serviços.
5. Seja ético
Certamente, você já ouviu alguma piada a respeito da profissão, a maioria tratando-a como uma classe mesquinha, mercantilista e interesseira. Essa visão, infelizmente, ainda é alimentada por uma pequena parcela de profissionais que mantém um comportamento imoral e antiético no exercício da advocacia. O que deveria ser exatamente o contrário do que deve ser feito.
Está na mão do jovem advogado, portanto, não perpetuar esse tipo de imagem negativa da profissão. Até porque não é só a advocacia que fica com uma má impressão: o próprio nome do profissional também fica arranhado por posturas que não são éticas ou valorosas, por exemplo.
Além disso, em uma época de profunda crise ética e moral, ninguém melhor do que o jovem advogado, que está adentrando na profissão, para servir de modelo de comportamento e um instrumento seguro de justiça e igualdade.
6. Jovem advogado, faça o que ama e ame o que faça
Não há nada mais gratificante para alguém do que dedicar-se a uma atividade que lhe dá prazer. O caminho para o sucesso também passa por aí.
Então, escolha o ramo que mais gosta, não tenha medo de abrir o próprio escritório, encare o desafio de bater de porta em porta para distribuir currículos. Faça o que tiver que fazer por aquilo que gosta. Afinal, em algum momento, a profissão lhe cobrará empenho e dedicação acima do usual. E, nessa hora, você se questionará se fez ou não a escolha correta.
Por isso é importante manter viva a lembrança da paixão que o moveu nos primeiros anos de atuação.