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Indicadores financeiros para advogados corporativos [com exemplos]

Você acompanha algum indicador financeiro? Hoje em dia, não basta acompanhar métricas relacionadas a processos e contratos. O jurídico corporativo atual precisa conhecer e tirar o melhor proveito também de indicadores financeiros.

Temos visto, em todos os setores da economia, momentos de grandes oportunidades que trazem, inerentemente, seus riscos.

Neste contexto, para que as empresas alcancem seus objetivos de ampliar os negócios, é muito importante buscar ferramentas que tragam e auxiliem no controle de seus recursos, de forma a mitigar riscos e potencializar o crescimento. É o caso dos indicadores financeiros, mas não só eles.

Entendemos que grandes empresas detêm uma infinidade de ferramentas à sua disposição, embora nem sempre elas sejam utilizadas adequadamente.

Por outro lado, temos empresas de pequeno e médio porte, onde geralmente todas as áreas são administradas pelo próprio dono do negócio, causando assim determinada carência desse aprendizado.

Independente do tamanho do negócio, as empresas precisam de indicadores – e seus departamentos também. E, mesmo onde há um setor específico para cuidar das Finanças, ainda é necessário que todas as áreas acompanhem essas métricas. Isto é, acompanhem os indicadores financeiros.

Neste artigo, vamos falar sobre o papel dos indicadores financeiros para o jurídico corporativo. Por que advogados que atuam nesse contexto precisam conhecer alguns indicadores financeiros? E, mais do que isso, quais indicadores não podem ser deixados de lado? É o que veremos.

O que são indicadores financeiros?

Indicadores financeiros nada mais são que um tipo de métrica que, quando corretamente coletada, ajuda a indicar a situação financeira atual da empresa, sua capacidade de investimento e crescimento futuro, os resultados monetários obtidos e também corrobora na identificação de possíveis otimizações operacionais, gargalhos, oportunidades, e assim por diante.

São, em suma, um tipo ou conjunto de números coletado e acompanhado mês a mês, trimestre a trimestre, e assim por diante.

Os indicadores que consideram o ponto de vista financeiro são importantes, ainda, porque revelam objetivamente  a situação da empresa. Nesse contexto, é possível que você já tenha ouvido falar em indicadores financeiros como:

  • EBITDA;
  • CAC;
  • Margem de Contribuição;
  • LTV;
  • Ticket Médio;
  • Margem Operacional;
  • Payback, entre outros.

As siglas podem parecer complexas – e não estou dizendo que os advogados corporativos precisam conhecer todas elas! -, mas são essenciais para conhecer como anda a saúde financeira da empresa.

Por que advogados corporativos precisam acompanhar indicadores financeiros?

A essa altura, você pode estar se perguntando porque advogados, que atuam no setor jurídico ou de contratos da empresa, precisam ter conhecimento dos indicadores financeiros?

Na prática, eles são fundamentais para que você tenha uma visão mais holística da empresa. Isto é, compreenda o negócio como um todo e consiga projetar o papel do jurídico no presente e no futuro do negócio.

Vamos, então, aprender mais sobre indicadores financeiros! A seguir, destaco três que são de extrema importância.

Leia também:

03 indicadores financeiros para começar a acompanhar ainda este ano

É possível que você, no seu dia a dia, já acompanhe indicadores de processos judiciais, administrativos, de solicitações e consultas feitas ao jurídico, de contratos, entre tantos outros.

Mas, e quanto aos indicadores financeiros? Se você ainda não olha para nenhum indicador financeiro, é hora de começar. Separei três indicadores que podem ser úteis:

  • Fluxo de caixa;
  • Controle de inadimplência;
  • Controle orçamentário.

A seguir, vou explicar o que cada um desses indicadores fornece, além de explicar porque faz sentido acompanhá-los.

1. Fluxo de Caixa

Esta é uma ferramenta muito importante que deve ter acompanhamento diário, semanal, mensal, semestral e anual.

É com ela que os gestores devem gerir as previsões de pagamentos, recebimentos, investimentos e ineficiências de caixa, para que posteriormente possa medir, previr e visualizar os controles de movimentações financeiras de cada período.

Com essa métrica fundamental e enraizada na gestão da empresa, o resultado é identificar futuras sobras, faltas e gerações operacionais nos negócios, permitindo o exercício eficaz de acelerar ou segurar os investimentos da operação em novas oportunidades.

Com estes aspectos, mostra-se que o fluxo de caixa é ferramenta indispensável no processo decisório da empresa.

2. Controle de Inadimplência

Este é um tema que está sempre em evidência, e, atrelado ao Fluxo de Caixa, pode trazer sérios problemas e riscos na operação. Dependendo do caso, faculta até em fechamento do negócio.

Mas é importante ressaltar que a inadimplência não começa quando o título/boleto não foi pago no vencimento.

O controle efetivo de uma inadimplência ocorre já na venda, com todos os acordos entre as partes sendo bem entendidos e descritos, desde a “data” do fechamento do negócio, assinatura do contrato, pedido de compra, faturamento, entrega do produto ou serviço e uma cobrança preventiva ao vencimento futuro.

Não se pode tomar a ação apenas depois do título não ter sido pago no vencimento, podendo ser tarde demais. Tudo isso é um conjunto de ações que vai dar sucesso ao processo de cobrança.

3. Controle Orçamentário

É com base nesta ferramenta que a empresa projeta suas Receitas, Custos, Despesas, Lucros e Investimentos. O orçamento pode ser feito em ciclo anual, desde que revisitado mensalmente.

Embora todas informações estejam lançadas, o mais importante deve ser o acompanhamento do comparativo projetado com o realizado, apontando assim as divergências e os pontos a serem corrigidos.

Com essa dinâmica constante, conseguimos ter o rumo futuro de uma operação saudável.

Como acompanhar indicadores no jurídico corporativo?

Além de uma correta e efetiva utilização dos indicadores, devemos sempre procurar ferramentas que as controle de forma automatizadas, para que consigamos escalar o controle à medida que os negócios cresçam.

No século passado, antes da popularização dos computadores, o controle financeiro das empresas era feito em papel. Com o avanço da tecnologia, ferramentas como as planilhas tornaram-se cada vez mais populares.

Para acompanhar indicadores, no entanto, você não precisa mais se prender a planilhas. É sábido que esse tipo de ferramenta pode ser útil, mas para colher bons insights é preciso, muitas vezes, atualizar a planilha manualmente, revisar erros e falhas, e assim por diante.

Sem considerar, claro, o tempo que é perdido na geração de gráficos e relatórios de modo manual.

Assim, mesmo as planilhas mais complexas ficam atrás dos softwares. Um bom software jurídico, por exemplo, é capaz de transformar todas as ações realizadas por meio dele em dados estruturados, que alimentarão relatórios e dashboards.

E, claro, para que o jurídico corporativo possa se conectar com indicadores que não são nativos da área – como os indicadores financeiros – é essencial escolher um software capaz de se integrar aos outros sistemas da empresa.

Perguntas frequentes

O que é indicador financeiro?

Indicadores financeiros são métricas que ajudam a avaliar os resultados financeiros obtidos pela empresa, além de fornecer um panorama sobre o presente e o futuro da organização.

Para que servem indicadores financeiros?

É por meio de indicadores financeiros que uma organização pode identificar sua capacidade de investimentos, controlar quais áreas são mais lucrativas, encontrar gaps e oportunidades para ser mais eficiente e, em última análise, monitorar a saúde financeira do negócio.

Conclusão

O conhecimento sobre indicadores financeiros é chave para os advogados corporativos que querem se destacar no mercado. Contudo, mais do que isso, serve para garantir que o jurídico estará alinhado com a situação atual da empresa, e com as projeções econômicas e de crescimento futuras.

Leia também: Quais os indicadores mais importantes para o departamento jurídico?

Adael Santos é CFO da ProJuris. Escreve ao blog da Projuris bimestralmente.