Já tivemos oportunidade de abordar a metodologia do Legal Design em março desse ano. Tratamos, então, dos principais conceitos do Legal Design. E trouxemos os elementos que compõem essa nova forma de produzir textos e informações jurídicas que vai revolucionar à comunicação escrita do operador do direito.
Agora eu mostro a você por que aplicar essa técnica fará a diferença na sua produção!
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Antes de falar dos benefícios, contudo, vamos relembrar os principais conceitos sobre Legal Design.
Vale lembrar que o Legal Design não é apenas um recurso através do qual se utiliza símbolos, desenhos e formas nas petições jurídicas. Legal Design é, antes de tudo, um novo mindset. E por isso, precisa que se compreenda e desenvolva de acordo com elementos centrais do escritório de advocacia, tais como:
O mindset proposto pelo Legal Design é a criatividade e a inovação do pensamento e da linguagem jurídica. Obviamente que nenhum escritório de advocacia precisa adotá-lo. No entanto, se a banca aposta na inovação e na tecnologia, se acredita que a advocacia é feita para o CLIENTE e que o Poder Judiciário precisa entender melhor a pretensão deduzida, em todas as formas, certamente o Legal Design é a ferramenta que pode traduzir esse objetivo no processo e na forma de prestar o serviço jurídico.
O mindset, dessa forma, é o ponto de partida. Mas há mais. Internalizar os benefícios que o Legal Design pode produzir e os reais objetivos dele para a advocacia requerem, acima de tudo, muita disposição da banca. Afinal, demandará um planejamento estratégico, uma estrutura para adotar a metodologia do futuro para nós, advogados e advogadas.
Apesar de a mudança acontecer na advocacia, na forma de advogar, na prestação dos serviços jurídicos como um todo, o valor do Legal Design não está na advocacia em si, mas na experiência que seu cliente pode ter com a nova forma de dizer o Direito.
Não é o advogado ou advogada o que importa na adoção do Legal Design. Evidente que somos os instrumentos necessários à adoção do novo modelo, mas o destinatário é, sem dúvidas, o cliente.
O que queremos, afinal, com qualquer mudança que seja estruturante para a advocacia é que os resultados sejam sentidos pelos nossos clientes. E, claro, queremos que nossa reputação e credibilidade se destaquem no mercado jurídico.
Como profissionais realmente preocupados com nossos clientes, nosso objetivo, ao adotar o Legal Design, é gerar o máximo de confiança possível com o nosso trabalho. Isto inclui a contratação, que passa pela leitura de uma procuração e um contrato de honorários simples e acessível, através dos quais o cliente se sinta representado e seguro. Mas inclui também a petição a ser protocolada, que passará pelo cliente antes, se assim desejar, como forma de acompanhar todos os passos e caminhos do processo ou estratégia jurídica adotada pela banca.
Portanto, cabe lembrar que um dos pilares do Legal Design é o UX (user experience ou a experiência do usuário). Ou seja, a adoção da nova forma de pensar o DIREITO tem por finalidade principal tornar o DIREITO compreensível por seu titular, ou seja, pelo cliente que tem a pretensão ou a defesa a ser apresentada em juízo.
É muito comum ouvir clientes reclamando da falta de clareza nas petições, na linguagem do advogado ou nas decisões do TRIBUNAIS. Sim, já evoluímos muito nos últimos 10 anos, até porque juízes não tem mais tempo de produzir com o vocabulário jurídico formal e citar fontes clássicas do direito. Hoje a decisão basicamente fundamenta-se em precedentes e daí surge a importância da júrimetria, tão falada na perspectiva da advocacia 4.0.
Mas voltando ao assunto, o Legal Design é a resposta que a advocacia dá para melhorar o serviço jurídico e torna-lo mais humanos, mais inteligível e acima de tudo tornar o direito do cliente acolhido pelos Tribunais.
Outro fator importante que justifica a adoção do Legal Design é o tempo.
É um consenso que nem advogados nem juízes estão mais disponíveis para elaborar e ler páginas e páginas de argumentação fática e jurídica repetitivas. Tudo Não quero com isso dizer que formulários e modelos padrão de peças jurídicas devam ser adotados, engessando a forma de postular um direito, já que a argumentação é um ato de inteligência e carregada de subjetividade, sendo uma arte e toda arte deve ser livre de formas e ritos.
Desse modo, o Legal Design por usar símbolos, linhas do tempo, gráficos e imagens reduz muito a quantidade de texto produzido e fala diretamente com as emoções do leitor, trazendo mais assertividade, clareza e emoção na mensagem facilitando, portanto, a compreensão dos operadores jurídicos.
Não sabemos que UMA IMAGEM vale mais do que mil palavras? É exatamente por isso que a adoção do Legal Design é um valioso recurso para inaugurarmos um novo modo de pensar, produzir e conhecer o direito na atualidade, onde o tempo é escasso, razão pela qual a compreensão da argumentação jurídica de forma racional e clara convêm muito.
A seguir, vamos indicar mais motivos pelos quais você, advogado e advogada deve adotar o LEGAL DESIGN.
Com o Legal Design, constatamos e materializamos que a advocacia é feita para o CLIENTE e não para advogados e advogadas. É centrada no aspecto humano do serviço jurídico e voltado para ele, afinal toda a produção jurídica passa a ser compreendida e acessada através de um modo simples, rápido e confiável.
Com a palavra, um dos expoentes no assunto, Margaret Hagan:
Design is about figuring out smart, usable, practical ways to make change happen — to make more engaging communications, to create breakthrough new products, to deploy more satisfying services, and to set up more effective organizations, policies, and strategies. (Fonte: https://lawbydesign.co/)
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