Empreendedorismo

OKR na advocacia: o que é e como aplicar

O advogado também é um empreendedor e o mercado jurídico é tão disputado quanto qualquer outro. Mais de um milhão de advogados espalhados pelo país concorrem pelas mesmas demandas.

Nesse sentido, pensar em alternativas que permitam um crescimento contínuo e acelerado do escritório é fundamental para manter-se sempre competitivo na corrida por bons negócios e clientes.

O profissional do Direito deve compreender que um crescimento consistente e contínuo começa por um planejamento sólida e puramente estratégico.

Por isso, deve dedicar 100% de sua atenção à gestão de metas do escritório de advocacia, e a metodologia de OKR pode ser uma grande aliada do advogado neste momento.

O que é OKR?

Existe algo em comum seu escritório e a  Intel, empresa multinacional norte-americana, com sede em Santa Clara, Califórnia, especializada em circuitos integrados complexos, ferramentas e soluções para informática?

As realidades são bastante diferentes, no entanto, se hoje a Intel é uma gigante do mercado da informática, nem sempre foi assim.

Na década de 1970, a Intel havia acabado de ser fundada e buscava meios de se destacar no mercado norte-americano e competir com a concorrência de produtos e soluções asiáticas que começavam a se popularizar no mercado estadunidense.

Para isso, a Intel contratou John Doerr, para implementar a até então inédita metodologia OKR na empresa.

Doerr concedeu, em 2014, uma entrevista ao blog Better Works. Nela, ele afirma que a principal necessidade da Intel, naquele momento, era crescer mais em menos tempo.

“A Intel vinha em um processo de transição, onde deixava de ser somente uma companhia de memória RAM e se tornava uma desenvolvedora de microprocessadores”, afirma.

Segundo Doerr, a Intel da década de 1970 precisava focar em um conjunto de prioridades que possibilitariam que a empresa efetuasse uma transição bem-sucedida!

Para isso, seria preciso do envolvimento de todos os profissionais da organização, desde os que efetuavam as funções mais táticas e operacionais, até o grupo de executivos que tomavam as decisões estratégicas da empresa.

A metodologia é bastante simples, e tem por base objetivos e indicadores de desempenho. O próprio Doerr define o conceito de OKR em uma frase. “Eu vou (objetivo) mensurado por (resultados).”

Trata-se de um modelo de gestão de metas em que se estipula um macro objetivo, a longo prazo, para toda a empresa. Para alcançar esse macro objetivo, a organização deve se dividir em equipes para as quais devem ser determinados micro objetivos e indicadores hipotéticos de desempenho que serão mensurados para calcular o sucesso.

Todos os profissionais recebem uma ou mais OKRs, que devem ser públicas. Ou seja, todos dentro da empresa devem ter acesso aos objetivos, indicadores e ações que serão desempenhadas por todos.

A OKR deve ser mensurada a cada trimestre, pois é um período de tempo não muito longo, nem muito curto, permitindo que se produzam resultados mensuráveis e, ao mesmo tempo, que se tenha tempo para desativar e modificar ações e estratégias que não venham desempenhando da melhor maneira.

Um bimestre, por exemplo, não seria tempo o bastante para mensurar resultados assertivamente, assim como, depois de um semestre seria tarde demais para modificar ações improdutivas, significando desperdício de dinheiro e esforço. 

Aplicação prática de OKR na advocacia

Formulamos uma aplicação hipotética de OKRs para escritórios de advocacia:

Objetivo macro: faturamento 5% acima da meta estipulada para o ano.

Objetivos micro: a) aumentar em 10% o volume mensal de visitantes no site do escritório; b) cadastrar 100% dos processos em nuvem em um software jurídico; c) redução de 2,5% nos índices mensais de inadimplência.

Todos os objetivos devem ser mensuráveis. Portanto, tome cuidado para não estipular objetivos muito amplos e vagos. Isso impossibilita saber se chegou-se ou não ao resultado esperado.

Ações para atingir os objetivos:

a.1) recorrência de 2 postagens semanais no blog do escritório; a.2) recorrência de 2 publicações semanais nas redes sociais do escritório; a.3) capacitação em marketing jurídico.

b.1) pesquisa por um software jurídico para gestão do escritório; b.2) teste do software jurídico durante uma semana; b.3) implementação do software jurídico junto à equipe.

c.1) definição de uma metodologia para cobrança de honorários; c.2) contratação de um profissional de cobranças; c.3) centralização do controle financeiro em um sistema de gestão.

Pronto. Neste exemplo hipotético, o escritório tem metas mensuráveis e objetivos praticáveis que irão impulsionar o potencial do escritório.

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