Propósito na advocacia: como definir metas e objetivos no meio jurídico

Gostaria de iniciar essa coluna com uma pergunta simples, mas que é fundamental para todo um planejamento de marketing, seja ele voltado para escritório de advocacia, ou mesmo qualquer outro tipo de empresa. Qual é o seu propósito na advocacia?

Parece um questionamento simples, mas, que, implicitamente, traz outras perguntas como:

• Que tipo de público quero atender?
• Como quero ser visto pelo meu público-alvo?
• Qual é o segmento em que quero atuar: ele é popular ou premium?
• Qual é o meu planejamento para este ano, para os próximos cinco, e próximos dez anos? Estou construindo um negócio que será durável ou estou apenas explorando uma oportunidade momentânea?
• Qual é meu planejamento de comunicação? Será que ele está de acordo com meu público-alvo?

Diversos outros questionamentos podem partir, de forma ramificada, da pergunta que serve como base.

Com as respostas destas perguntas, poderemos definir um plano de marketing e comunicação adequado com o seu propósito na advocacia, ou seja, que faça sentido para seu escritório jurídico. Mas como fazer isso? É o que vamos te mostrar neste artigo.

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Dicas para encontrar seu propósito na advocacia e passa a mensagem correta para seu público

Vamos tentar colocar esses questionamentos em prática e ver quais os efeitos positivos de realizar um planejamento de comunicação que vá de encontro com suas necessidades e apresente qual o propósito na advocacia que você e seu escritório possuem.

1 – Tenha um planejamento de comunicação para atingir o seu público

Sabemos que existem diversos tipos de escritórios de advocacia e o grande equívoco por parte dos estrategistas de marketing é tratá-los todos de forma igual.

Um escritório trabalhista, que atua em favor do trabalhador, terá um planejamento de comunicação totalmente diferente de um mesmo escritório trabalhista, mas que atua em favor do empregador.

Imaginem que os dois escritórios adotem as mesmas estratégias e caiam no “lugar-comum” comumente apontados como soluções certeiras de marketing jurídico:

• Elimine o juridiques a qualquer custo
• Esteja em todas as redes sociais, inclusive naquelas em que não tem nenhuma familiaridade ainda
• Grave vídeos descontraídos sobre sua rotina
• O Google Ads será bom tanto para buscar clientes, sejam Pessoas Físicas ou Pessoas Jurídicas
• Torne a advocacia algo “leve e divertido”
• Escritório somente digital, físico não precisa mais, ou: indicação é algo ultrapassado
• Etc.

Em um cenário hipotético será que os dois terão o mesmo êxito com estas estratégias adotadas? Evidentemente não.

São cenários opostos, em que tornar o Direito mais acessível para o primeiro caso poderá ser totalmente positivo, enquanto, no segundo caso, não somente não trará efeitos positivos como pode ter o resultado reverso, comprometendo a imagem daquele escritório perante os empresários.

1.1 – Vamos tomar outro exemplo: O Direito Penal.

Um escritório que atua com Direito Penal poderá extrair ótimos resultados com estratégias de marketing digital mais agressivas, uso das redes sociais, linguagem mais simples e prospecção no Google Ads.

Será que uma comunicação mais técnica e reservada, neste caso, não afastará quem está desesperado na busca por um plantão criminal, com um ente próximo preso por um crime comum? Busca-se solução imediata e mensagem de fácil assimilação.

Já no Direito Penal-Econômico, ou seja, crimes do colarinho branco, se expor em demasia nas redes sociais poderá representar um grande fracasso, afinal é uma área do Direito que lida com figuras conhecidas e que buscam total discrição em suas causas na Justiça.

Muitas ações deste tipo tramitam sem que ninguém, fora as partes envolvidas, saiba de sua existência.

Neste caso, faz muito mais sentido uma comunicação que ressalte a parte técnica da banca, participação de eventos, lançamentos de livros, etc.

Será que uma comunicação despojada e acessível vai despertar a confiança de um empresário que está com um problema de alta complexidade a ser resolvido na Justiça? É um cenário em que não se busca uma solução imediata, mas sim, uma defesa técnica impecável e que transmita segurança para um problema difícil e de gravíssimos efeitos, inclusive à reputação de figuras públicas.  Esse tipo de escritório é geralmente recomendado por outros advogados que não são especializados na área, mas os indicam como referências no mercado.  

Ou seja: Marketing Jurídico só é “Jurídico” quando se leva em consideração as diversas nuances do Direito e do público, sem vender soluções prontas para realidades distintas.

2 – Realize um planejamento adequado com a sua realidade e com seu propósito na advocacia

Quero instigar a uma reflexão por parte dos advogados: que tipo de escritório tem hoje e aonde quer chegar com ele no curto, médio e longo prazo? Qual o seu propósito na advocacia?

Sem esse questionamento, é impossível ter um planejamento de comunicação consistente. Por isso, sempre busque ações que o ajudem a chegar nisso. Por exemplo:

2.1 – Trace o panorama de sua empresa jurídica

Seja muito transparente consigo mesmo e confira qual é o tamanho da sua empresa hoje e o que ela representa para o público-consumidor dela. Perceba, se o cenário é bom, se quer continuar neste segmento ou então, mudar para outro direcionamento. Entenda qual seu propósito na advocacia e onde seu escritório quer chegar. Assim, você consegue compreender o tamanho da sua meta, qual caminho deve percorrer, quais possíveis desafios você poderá encontrar e quais ações você precisa começar a tomar hoje.

2.2 – Analise a concorrência e o mercado jurídico atual

Confira o que seus concorrentes fazem, veja quais atuam no seu segmento e tem um tamanho parecido com o seu, e aqueles que são referencias absolutas no mercado. Os primeiros vão trazer um comparativo bem realista, enquanto os outros serão parâmetro para metas futuras. Além disso, você poderá ter ideias de como se diferenciar em relação a eles, mesmo dentro do seu segmento.

2.3 – Defina o público-alvo do escritório jurídico

Quem é o meu principal cliente ou o cliente ideal? O que ele espera do meu escritório, do que gosta e o que não gosta? Será que estou conseguindo me comunicar bem com ele atualmente? O que ele enxerga quando olha para o meu escritório? Qual a real necessidade desse cliente? Com essas questões é mais fácil identificar quais caminhos você pode seguir, e assim, pode traça-los de maneira mais assertiva.

2.4 – Defina o posicionamento de marca do seu escritório de advocacia

Posicionamento de marca na advocacia, inclusive, já foi tema de uma live aqui no Portal do PROJURIS. É importante que você se pergunte, então, o que te torna único no mercado? Qual motivo te torna uma solução única na mente do consumidor? É até interessante pensar em um slogan e manifesto de marca, assim, você consegue sintetizar o que seu escritório representa na advocacia.

2.5 – Crie objetivos para o curto, médio e longo prazo

Por fim, e não menos importante, veja o que é possível fazer de forma imediata e uma projeção para o próximo ano. Com os recursos que você já tem em mãos é fácil dar esse passo. Em seguida, você poderá definir parâmetros mais ambiciosos para o futuro.

3 – Conte com uma agência de comunicação que considere seu propósito na advocacia

Conte também com uma agência de comunicação que leve em consideração todos estes pontos e que, antes de definir qualquer estratégia, entenda o seu negócio, seu propósito na advocacia e possa trazer resultados coerentes.

Veja se a agência está empenhada em trabalhar conforme a sua necessidade e posicionamento de marca ou se está mais preocupada em encaixar o seu escritório dentro do método que acredita ser mais vendável no mercado para atrair mais clientes na advocacia.  

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Na publicação marketing jurídico digital: conceito e prática existem conceitos técnicos e acadêmicos sobre marketing que são aplicáveis na rotina dos escritórios. Bem como dicas práticas que serão úteis tanto para advogados experientes no universo digital quanto aos iniciantes