O Direito – e, em consequência, a advocacia – é rodeado de simbolismos. Aquela clássica imagem da deusa Têmis de capa e olhos vendados, trazendo uma espada na mão direita e uma balança na mão esquerda reúne, em uma única figura, quase todos os símbolos da advocacia.
Neste artigo, você conhecerá alguns dos principais símbolos dessa atividade milinar, seu significado e história. Vamos lá?
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Os símbolos da advocacia tratam-se de insígnias que contribuem para preservar a nobreza e a história milenar da profissão. Elas resistem ao tempo. E isso acontece apesar de todos os impactos que a inovação e a evolução tecnológica vem trazendo.
Muita gente não sabe, mas os símbolos da advocacia detêm seu direito de uso assegurado pela legislação. O Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei 8.906/94) dispõe em seu art. 7º, inciso XVIII:
Art. 7º. São direitos do advogado:
XVIII – usar os símbolos privativos da profissão de advogado.
Mas você conhece a origem e o significado dos símbolos da advocacia? Este post conta a história e curiosidades dos 9 mais tradicionais.
O mais comum dos símbolos da advocacia – a balança – representa o equilíbrio e a ponderação que devem ocorrer em relação durante o julgamento de uma causa em relação aos fatos, argumentos, provas e evidências apresentados pelas duas partes. As crenças ou aspectos pessoais que pesem mais para um lado ou para o outro, portanto, não devem intervir na decisão.
Assim, a balança é atribuída à postura correta que é exigida dos juristas perante as leis e do julgamento do caso concreto.
O uso desse símbolo remete ao deus egípcio Osíris, que julgava o destino das pessoas depois da morte com uma balança. Em um ritual batizado de Psicostasia, ele media a culpa das ações terrenas dos mortos contrabalançando o coração delas com uma pena de avestruz, que representava a verdade. Se o coração pesasse mais que a pena, o morto seria condenado. Mas se os dois pratos ficassem balanceados, isso significava que ele era inocente.
No cristianismo, a balança também é utilizada como um símbolo da justiça. Ela aparece nas mãos do arcanjo São Miguel, que representa a justiça, como forma de pesar as boas e más ações de cada pessoa durante a vida. Em outras palavras, representa a justiça de Deus.
A venda nos olhos, como um dos símbolos da advocacia, é sinal de imparcialidade, objetividades e tratamento igualitário às partes envolvidas em um processos. Não há espaço, portanto, para decisões tomadas com algum tipo de julgamento pessoal.
Na mitologia grega, os artistas, como, por exemplo, os poetas e adivinhos, eram representados como cegos. Acreditava-se que essa ausência de visão permitia a eles enxergar os segredos que eram reservados apenas aos deuses.
A espada simboliza o poder, a punição e a força do Direito, usados para defender as leis e a punir os injustos. De um lado, o poder de destruição da espada leva o Direito a se posicionar contra a injustiça e a ignorância. Por outro lado, o poder de construção representa uma ferramenta para estabelecer e manter a paz e a justiça.
Nos casos em que ela é mostrada na mão, a espada indica a justiça em ação e o uso de sua força para impor a lei. Mas quando está apoiada no colo, indica que existe um poder de coerção que pode ser usado pela justiça. Mas isso só pode acontecer se houver necessidade.
Têmis é a deusa grega que representa a personificação da Justiça, sendo um dos mais importantes símbolos da advocacia. Sua figura aparece aliada com os quatro símbolos mencionados até aqui: em suas mãos, ela traz a balança e a espada e, em seus olhos, a venda da imparcialidade.
Assim, quando todos esses elementos estão reunidos em Têmis, há, então, o símbolo de como deve ser a verdadeira justiça.
Algumas vezes, no entanto, ela pode aparecer sem a venda. Há, então, um novo conjunto de significados para tanto. A Têmis de olhos abertos representa a necessidade da justiça manter-se de olhos bem abertos para que o julgamento ocorra de forma justa e ponderada.
O martelo de madeira, comumente usado pelo juiz, impõe a ordem sempre que o som proferido por ele ecoa sua força pelo tribunal. Representa, portanto, o sinal de alerta e a exigência de respeito perante o julgamento.
A origem do uso do martelo, no entanto, não é consenso. Alguns autores o referenciam à mitologia grega e ao deus Hefesto, conhecido como ferreiro divino. Outros, no entanto, fazem referência aos sacerdotes judeus e cristãos, que utilizavam um martelo para chamar a atenção da assembleia.
A beca é uma veste preta que se assemelha a uma capa, indo do pescoço aos pés. Assim como a toga, usada por magistrados, ela representa a tradição e o prestígio da advocacia. É uma forma, portanto, de fazer o advogado lembrar do juramento feito e do compromisso que assumiu com a justiça.
O modelo das vestes usadas pelos advogados, como um dos símbolos da advocacia, está regulado pelo provimento 8, de 1964, do Conselho Federal da OAB. O art. 1 descreve o modelo das vestes:
Art. 1º. O modelo das vestes talares do advogado, de uso facultativo nos pretórios ou nas sessões da OAB, consiste na beca estabelecida para os membros do Instituto dos Advogados Brasileiros pelo Decreto Federal nº 393, de 23 de novembro de 1844, com as seguintes modificações:
a) supressão do arminho do gorro, da gravata e da tira de renda pendente;
b) inclusão de duas alças de cordão grenat, grosso, pendentes sob a manga esquerda.
O crucifixo comumente pendurado nas paredes dos tribunais e escritórios de advocacia é um dos símbolos da advocacia que mais provoca confusão. Embora possa parecer óbvio, seu significado não está ligado à religião, no entanto. Afinal, a própria Constituição Federal já determinou que o Estado é laico.
A presença da cruz, portanto, tem outro significado. A memória que ela carrega está diretamente ligada a um erro do judiciário cometido há dois milênios: quando Pôncio Pilatos entregou o réu inocente para ser crucificado sem quaisquer provas ou culpa. A simbologia da cruz, então, serve como um alerta e uma lembrança de julgamento justo.
Embora não tenha um significado especial, a pena e os livros ganharam uma relação especial com a advocacia ao longo dos anos. Eles remetem, especialmente, ao exercício do advogado em escrever peças, defesas e argumentos.
Além disso, a combinação dos símbolos representa a consolidação das leis em código e a validade dos vereditos.
Santo Ivo é conhecido como o padroeiro dos advogados. O francês Yves Hélory, que deu nome ao santo, dedicou sua vida à defesa dos necessitados e oprimidos. Construiu, por exemplo, um hospital onde costumava cuidar pessoalmente dos menos favorecidos. Por essa atuação, obteve o título de advogado dos pobres. Muitos atribuem a ele a inspiração para criar instituições como a atual Defensoria Pública, por exemplo.
Além disso, detinha alto pelo conhecimento de Direito devido ao seu trabalho como conselheiro jurídico e juiz eclesitástico. Santo Ivo foi canonizado pelo Papa Clemente VI, em 19 de maio de 1347, quando foi “inscrito no Catálogo dos Santos da Igreja como Patrono dos Advogados e Defensores”.
O dia de Santo Ivo, portanto, é comemorado em 19 de maio.
Como vimos, o uso dos símbolos da advocacia são regulados e incentivados pela legislação da OAB. Afinal, é sempre importante lembrar a força e a importância que a profissão tem na sociedade. Lutar pelo respeito da advocacia, portanto, é dever de todos e de todas as horas.
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Gostaria de saber tudo sobre os símbolos do direito. Quais são os outros símbolos?
Oi, Lucineia, tudo bem?
Poderia mencionar ainda os seguintes símbolos:
- Diké ou Astreia, deusa da grega da Justiça filha de Têmis - mencionada no post - e deu Zeus;
- a lei das 12 tábuas, que está na origem do direito romano; e
- o trono pedestal.
Legal, né! Você vai continuar a receber novas novidades por e-mail!
Abraço!
Quero saber mais síbolos de advocacia
Gostaria de saber se posso usar a figura da Deusa Themis em um logotipo não ligado à Advocacia?
SOU RECEN FORMANDO EM DIREITO , COMPREI NA CARTEIRA PORTA DOCUMENTOS , ONDE TEM BRAZAO E O SIBULO DFA OAB EM RAZAO DE USAR PARA PORTA DOCUMENTOS , ESTA CORRETO EM USO , OU CONFIGURA CRIME DE ETICA