Tendências 2025: o que esperar no jurídico corporativo?

18/12/2024
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02/01/2025
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6 minutos

Parece que foi ontem que estávamos aqui falando sobre as tendências do jurídico corporativo para 2024, não é mesmo? Mas não poderíamos nos despedir deste ano sem olhar para 2025 pensando nas novas perspectivas e nas tendências mais discutidas.

Mais uma vez, buscamos dados, ouvimos especialistas e analisamos o mercado para trazer as principais apostas para o ano que chega. E olha, 2025 vem com muitos desafios. Com a tecnologia cada vez mais presente no dia a dia e o jurídico ganhando um papel ainda mais estratégico, tem muita coisa interessante para acompanhar.

Mas, antes de tudo, vale a pena destacar: de acordo com o relatório da Análise Advocacia, 2024 termina avaliado um ano positivo por 86% dos executivos do jurídico corporativo. Já para 2025, o otimismo ainda segue presente, mas com um pouco mais de cautela. Enquanto 72% ainda veem o próximo ano com bons olhos, 19% destacam que este pode ser como um momento desafiador.

Preparado para saber o que vem por aí? Então, vem conferir as cinco principais tendências para o jurídico corporativo em 2025.

1. Um mercado mais maduro para o uso de IA no jurídico corporativo

O amadurecimento do mercado jurídico transformou a curiosidade inicial sobre o uso da inteligência artificial (IA) em um movimento mais direcionado e estratégico. O que antes era visto apenas como experimentação, hoje já é observado como uma estratégia consolidada.

Não há dúvidas que a automação integrada melhora a precisão no cumprimento de prazos e a eficiência geral do departamento. A tecnologia já está plenamente inserida em atividades como a revisão de contratos análise preditiva de litígios. Com ferramentas baseadas em machine learning, é possível otimizar fluxos de trabalho e reduzir o tempo gasto em tarefas repetitivas. O Bloomberg Law Trends 2025 aponta que 74% dos departamentos jurídicos utilizam análises baseadas em IA para alinhar suas estratégias aos objetivos organizacionais.

Nesse cenário, em 2025 a IA ainda estará mais presente no dia a dia jurídico, deixando de ser uma ferramenta de apoio para se tornar parte essencial na entrega de resultados e na definição de estratégias. Segundo o Axiom Budgeting Survey, 96% dos gestores jurídicos planejam expandir os investimentos em IA, especialmente em soluções como jurimetria, que permitem prever desdobramentos judiciais e padrões regulatórios.

2. Análise de dados como ativo estratégico

As decisões baseadas em dados já estão moldando o futuro do jurídico corporativo, mas 2025 deve despontar como um marco importante no processo de consolidação dessa perspectiva. Um estudo da Gartner prevê que até 2028, os agentes de IA serão responsáveis ​​por até 15% das decisões no ambiente de trabalho, refletindo a rápida adoção de tecnologias para o direcionamento dos resultados do negócio.

Essas mudanças já são evidentes em áreas como gestão de compliance. Com a capacidade de processar grandes volumes de informações em tempo real, os departamentos jurídicos conseguem identificar tendências regulatórias e antecipar cenários adversos com mais eficácia.

Isso resulta em decisões mais assertivas, redução de custos operacionais e uma abordagem proativa para gestão de riscos, posicionando as operações jurídicas como um setor essencial na estratégia organizacional.

Em 2025, a jurimetria continuará sendo essencial para melhorar processos e alinhar estratégias às metas organizacionais. O Bloomberg Law Trends 2025 destaca que 74% dos departamentos jurídicos já utilizam dados para tomar decisões mais assertivas. Porém, desafios como privacidade e transparência permanecem em pauta.

Entretanto, lidar com grandes volumes de dados traz responsabilidades. A Gartner aponta que a segurança contra a desinformação será uma prioridade em 2025, especialmente em setores como o jurídico, onde informações confidenciais são processadas diariamente. Departamentos que investem em governança de dados estarão mais preparados para proteger suas operações contra ameaças externas e erros internos.

3. Modelos orçamentários ágeis

A instabilidade econômica exige modelos orçamentários ágeis. O 2025 Legal Budgeting Report destaca que 61% dos gestores jurídicos já implementaram ou planejaram adotando modelos de orçamento contínuo. Essa prática permite alocar e realocar recursos rapidamente para áreas prioritárias, como tecnologia e ESG, sem comprometer a eficiência.

Dashboards financeiros também têm se mostrado ferramentas valiosas para monitorar gastos em tempo real e justificar investimentos. Além disso, a transparência nos gastos também se coloca como fundamental. Modelos orçamentários que conectam investimentos a resultados mensuráveis do negócio​​fortalecerão a confiança dos stakeholders e posicionarão o jurídico como uma área que agrega valor estratégico.

4. Equipes multidisciplinares e a experiência do cliente

A complexidade do mercado exige equipes jurídicas mais diversas. Segundo o KPMG CEO Outlook, 61% dos líderes empresariais veem na integração de áreas como análise de dados, tecnologia e operações uma solução para desafios regulatórios e tecnológicos. Essa abordagem, já adotada por 74% dos departamentos jurídicos, segundo o Bloomberg Law, melhora a eficiência e fortalece a colaboração com outras áreas.

Conforme o Axiom Budgeting Survey, a colaboração entre as equipes também facilita a adaptação às novas tecnologias, ajudando a medir a eficiência de implementações como assistentes virtuais e ferramentas de gestão de contratos.

Além disso, em 2025 a colaboração multidisciplinar também expandirá seu papel em iniciativas voltadas à experiência do cliente (CX). Departamentos jurídicos que compreendem as necessidades de seus públicos interno e externo conseguem oferecer soluções mais eficientes e personalizadas, aumentando sua relevância estratégica.

5. ESG: o jurídico corporativo como protagonista

A agenda ESG tem se tornado indispensável nas estratégias empresariais e o departamento jurídico está no centro dessa transformação. A conexão entre ESG, governança, IA e equipes multidisciplinares forma um ciclo contínuo que fortalece as organizações.

Nesse contexto, de acordo com o KPMG CEO Outlook, 76% dos CEOs retiraram investimentos de setores que poderiam prejudicar sua reputação ESG. Isso coloca o jurídico na linha de frente para garantir conformidade regulatória e minimizar riscos, ao mesmo tempo em que orienta as organizações em direção à sustentabilidade. A transparência nas operações, promovida pela governança e pelo uso estratégico de dados, atrai investidores e fortalece a reputação corporativa.

Empresas com governança jurídica eficaz em ESG apresentam 23% menos riscos de penalidades regulatórias, de acordo com o ESG Legal Performance Study. Além disso, práticas alinhadas ao ESG são mais facilmente integradas quando há um suporte robusto de IA e equipes colaborativas.

Conclusão

O ano de 2025 promete consolidar o papel estratégico dos departamentos jurídicos como agentes de inovação, responsabilidade e colaboração. As tendências destacam a importância de uma abordagem proativa para aproveitar as oportunidades criadas por novas tecnologias, modelos ágeis de gestão e demandas sociais crescentes por sustentabilidade e ética.

Não é exagero afirmar que 2025 é o momento de transformar desafios em oportunidades. Ao liderar essas mudanças, os profissionais jurídicos estarão não apenas contribuindo para o sucesso de suas organizações, mas também moldando um futuro mais ágil, inteligente e responsável para o universo corporativo.

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