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Tendências jurídicas 2024: o que vai fazer sucesso nos departamentos jurídicos?

Já é tradição por aqui. Todo o ano, conversamos com especialistas, reunimos dados e divulgamos nossa lista de tendências jurídicas para o novo ano – neste caso, 2024.

Aqui, nosso foco está nas macrotendências para o setor e, em especial, naquelas que se aplicam ao jurídico corporativo. Neste ano, separamos tendências que envolvem novas tecnologias, mas também novos segmentos de atuação, estratégias de inovação, perspectivas de investimentos, e mais.

Além disso, lembre-se, você também pode conferir o que esperamos para outros nichos, como por exemplo, tendências para gestão de contratos.

Tendências jurídicas para departamentos em 2024

Confira as 5 principais tendências para departamento jurídico que selecionamos, e que devem ganhar destaque em 2024.

1. Aumento do investimento em tecnologia

O Censo Jurídico 2023 já mostrava que um dos maiores desafios dos gestores jurídicos no Brasil é enfrentar o aumento de demandas, frente à redução do orçamento para o jurídico. Nesse cenário, cada vez mais o jurídico corporativo tem investido em tecnologias capazes de otimizar o trabalho das equipes, permitindo que um mesmo time aumente produtividade e volume de entregas.

Mas de que volume de aumento nos investimentos estamos falando? É difícil precisar mas, ainda em 2020, o Gartner Group já apontava uma expectativa de aumento de até 3 vezes na parcela do orçamento jurídico dedicado à tecnologia até 2025. O mesmo relatório indicava que cerca de 87% dos gestores jurídicos não previam contratações ou aumento da equipe interna, no mesmo período.

O aumento do investimento em tecnologia no jurídico é uam tendência que emerge, também, num cenário de redução ou estabilização do orçamento total para as áreas legais. Investir em tecnologia, portanto, é um caminho encontrato pra “fazer mais, com menos”.

2. Análise de risco preditiva e baseada em dados

Nos últimos anos, com a solidificação do arcabouço legal relacionado à proteção de dados no Brasil – por meio de leis como a LGPD – e a popularização de temas relacionados à compliance, muitas empresas desenvolveram políticas de conformidade e programas internos para treinar e conscientizar seus colaboradores.

O cenário indica, contudo, que no próximo ano o jurídico corporativo precisará dar um passo além. Mais do que identificar os desafios existentes e criar políticas para se adequar ao ordenamento jurídico vigente, será necessário se adiantar. Com o aperfeiçoamento das tecnologias de coleta e análise de dados, os departamentos jurídicos serão mais proativos, do que reativos.

As análises de risco não serão apenas baseados nos dados que permitem enxergar o cenário presente. Precisarão, também, adquirir um caráter preditivo.

Essa, inclusive, é uma das principais tendências não apenas para 2024, mas também para a década, como apontou o relatório The Future of Compliance 2030, do Gartner Group. Significa dizer, portanto, que os setores de compliance vão estar cada vez mais focados em prever os riscos futuros para atuar estratégicamente sobre sua minimização.

A área de Legal Ops, ou Legal Operations, é a responsável por compreender e organizar os processos internos e fluxos de trabalho de um departamento jurídico. Ela cuida, precisamente, de como operacionalizar as demandas do setor.

Em grandes organizações, cada vez mais, há profissionais e até times dedicados a essa especialidade. Um estudo global de 2021, realizado com 200 companhias de 21 países, apontava que 40% tinham registrado crescimento no número de profissionais dedicados exclusivamente à Legal Ops.

A tendência para 2024 é que os esforços nessa área se consolidem, não apenas com o crescimento de vagas nesse setor – apenas em outubro de 2023, 153 vagas com “legal operations” no título do cargo foram criadas na plataforma Glassdor – mas também com o amadurecimento das áreas de Legal Operations.

Um exemplo ilustrativo foi trazido pelos gestores Paulo Silva, Daniela Pacheco e Marcelo Natale, da Delloite, no Projuris Summit 2023 – evento que discute tendências e cases de sucesso no jurídico brasileiro. Na ocasião, eles mostraram que a criação de um setor especializado é apenas o primeiro passo.

Segundo eles, nos próximos anos, cada vez mais, os profissionais de Legal Ops precisarão atuar de forma integrada com outras áreas, otimizando a adesão a novos fluxos e ferramentas de trabalho, mas também medindo e ajustando as práticas internas com base em parâmetros como o ROI (Retorno Sobre Investimento) das operações jurídicas. A área, portanto, precisará mostrar seu valor estratégico.

Para saber mais sobre como Legal Operations funciona na prática, confira o Juriscast abaixo:

04. Inteligência artificial generativa integrada ao dia a dia do jurídico

Em 2023, assistimos a um boom no uso de inteligências arificiais. Sobretudo, vimos a popularização daquelas chamadas “generativas” – o ChatGPT é o exemplo mais comum. Como o próprio nome sugere, essas IAs são capazes de gerar imagens, textos, áudios, vídeos e mais, em linguagem natural.

Como mostramos no Blog da Projuris, há muitas formas de aplicar inteligências como o ChatGPT no jurídico corporativo. Disponibilizamos até mesmo um ebook com 15 prompts para começar a usar essa IA.

Contudo, a tendência para o futuro é que essas inteligências deixem de ser um modelo em separado, que precisa ser aberto em uma nova aba ou aplicativo, e alimentado com informações manualmente.

O poder generativo dessas IAs deve estar, cada vez mais, integrado ao dia a dia do jurídico, fazendo parte dos sistemas e ferramentas utilizados na rotina. Essa tendência decorre, também, do movimento realizado pelas empresas de tecnologia para integrar as IAs nos softwares atuais.

Quer um exemplo? No software para negociação Projuris Acordos, a inteligência artificial generativa é integrada ao sistema e usada transcrever as negociações realizadas por telefone, facilitando o trabalho dos negociadores, mas também de líderes e auditores, que precisam revisitar essas conversas.

IA integrada aos softwares que já são utilizados, para elaborar peças, revisar pareceres, fazer transcrições, automatizar mensagens ou analisar dados: esse parece ser o caminho futuro.

05. Foco na experiência do cliente interno ou externo

A profissionalização dos departamentos jurídicos é um movimento acentuado principalmente na última década. Pouco a pouco, esse setor passou a ser cobrado e medido como o são outros dentro de grandes empresas – isto é, por meio de métricas, indicadores, metas financeiras e planejamento. Em 2024, essa tendência deve se acentuar, com especial foco no que diz respeito à experiência do cliente.

Mas, de que cliente estamos falando aqui? Cresce a percepção de que o jurídico corporativo tem como clientes as demais áreas da companhia, que requerem seus serviços consultivos, mas também em demandas contenciosas. Além disso, na interface com parceiros, fornecedores e outros entes do mercado, o jurídico também acaba atendendo clientes externos à estrutura da organização.

Para materializar a experiência desses clientes, devem se tornar ainda mais comuns estratégias e ferramentas que:

  • tornam o contato com o jurídico mais simples e reduzem o tempo de resposta, como plataformas multicanal;
  • facilitam o entendimento das produções do jurídico, como Legal Design;
  • ajudam a medir e estimar a satisfação dos clientes, como sistemas de avaliação e NPS.

Resumo sobre as tendências jurídicas 2024

O cenário futuro indica que departamentos jurídicos devem tornar-se, cada dia mais, setores estratégicos para a operação. Mais do que “apagar incêndios”, atuam nas demandas que chegam, essa área deve tornar-se mais proativa, preditiva e engajada com as necessidades do negócio e de seus clientes. Sobressaí, também, a importância das novas ferramentas de tecnologia no dia a dia do jurídico.

E você, o que pensa que deve ser tendência jurídica para 2024? Fique à vontade para compartilhar, nos comentários.

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